Um ataque de asma pode ser alarmante, principalmente se não soubermos como agir. Esta doença crónica das vias respiratórias é uma das mais comuns entre as doenças respiratórias e tem vindo a aumentar de número nas últimas três décadas.
A asma, também chamada de asma brônquica ou bronquite asmática, afeta uma em cada vinte pessoas em todo o mundo, aproximadamente.
É importante estar a par dos sintomas, mas também devemos saber como agir no caso de ataque de asma, atuando em conformidade para evitar complicações.
Tipos de asma
Quando falamos de asma, convém separarmos a asma infantil da asma no adulto. No caso das crianças, temos três tipos distintos:
Pieira infantil transitória – Desenvolve-se nos primeiros meses de vida, mas não perdura para além dos três anos de idade. Os bebés com este tipo de asma não têm história familiar de atopia.
Pieira não atópica em bebé (idade pré-escolar) após uma infeção respiratória
Sibilância atópica persistente – As crianças com este tipo de asma continuam com pieira depois dos 10 anos de idade e, igualmente, têm alergias e hiperreatividade brônquica. A maior parte das crianças apresenta uma boa evolução do quadro de asma, apresentando remissão espontânea durante a adolescência. No entanto, a doença pode ressurgir durante a idade adulta.
Em adultos, podemos verificar os seguintes tipos de asma:
Asma alérgica – Também chamada de asma atópica ou asma extrínseca, este é o tipo mais comum. Geralmente começa na infância. É mais provável quando existe histórico familiar de doença atópica (rinite alérgica, eczema, alergias medicamentosas e alimentares). O tratamento é, regra geral, com corticosteroides inalados (a conhecida bomba para a asma)
Asma não-alérgica – Conhecida, também, como asma intrínseca, não está associada a alergias. Nestes casos, o tratamento com corticosteroides inalados não responde tão bem quanto em pacientes com asma alérgica.
Asma de início tardio – A asma pode surgir apenas na idade adulta, principalmente em mulheres. Regra geral, esta é não-alérgica e o tratamento envolve doses mais altas de corticoides.
Asma com obstrução fixa – Este tipo de asma desenvolve-se, principalmente, em pacientes com asma de longa duração, pois apresentam uma limitação fixa do fluxo aéreo, provocada pela inflamação persistente das paredes das vias respiratórias.
Asma ocupacional – Também conhecida como asma laboral, esta é adquirida no local de trabalho, ou agravada, pela exposição a alérgenos ou agentes sensibilizadores. Pode desenvolver-se inicialmente uma rinite ocupacional e só depois a asma. Geralmente a rinite ocupacional surge um ano antes da asma laboral. Os pacientes com este tipo de asma notam melhorias quando não estão no local de trabalho (folgas e férias).
Asma induzida pelo exercício físico – O exercício pode ser um estímulo para o desencadeamento de sintomas de asma. Geralmente, estes pioram logo depois de uma sessão de treino (asma de esforço).
Quais os sintomas de um ataque de asma?
É fundamental estarmos alertas para os sintomas de um ataque de asma para conseguirmos atuar em conformidade o mais breve possível. Existem sintomas e sinais respiratórios típicos de asma e, caso tenha algum desses sintomas, deverá procurar um médico assim que puder para um diagnóstico correto e posterior tratamento. Num ataque de asma, os sintomas são agravados.
Os mais comuns são:
Sibilância (pieira, chiadeira)
Falta de ar
Aperto no peito
Tosse
Muitas vezes, doentes asmáticos veem os sintomas piorarem à noite e/ou ao início da manhã. A sintomatologia é desencadeada por:
Exposição a alérgenos (incluindo partículas de ácaros do pó, pólen, secreções corporais de baratas, partículas de pelos e penas de animais)
Infeções víricas (bronquites, constipações, pneumonia)
Mudanças no clima
Exercício físico
Exposição a substâncias irritantes (fumo, cheiros forte e poluição, por exemplo)
Stress e ansiedade
Risos ou choro profundo
Aspirina e anti-inflamatórios não esteroides
Os sintomas variam ao longo do tempo e podem apresentar diferentes intensidades.
O diagnóstico de asma deve ser feito assim que surgem os primeiros sintomas, uma vez que estes podem melhorar de forma espontânea ou com tratamento, dificultando um diagnóstico posterior.
Tem algum dos sintomas acima? Encontre um médico ao domicílio aqui.
O que fazer num ataque de asma?
Um ataque de asma, ou crise asmática, é a denominação mais conhecida para asma agudizada ou agudização asmática. Este é marcado por exacerbações de asma e é motivo para emergência médica.
O agravamento da sintomatologia ocorre, regra geral, durante horas, ou dias. No entanto, é possível que o agravamento seja rápido. Neste caso, é necessário um tratamento imediato.
O tratamento depende sempre da causa subjacente ao ataque de asma e da gravidade da exacerbação sintomatológica. Por exemplo, se a causa subjacente à crise asmática é uma infeção, deverá ser tratado com antibiótico. Os nebulizadores são usados, unicamente, em situações muito graves.
Se já foi diagnosticado com asma, em caso de crise, siga o plano de ação que o seu médico pneumologista estipulou (número de inalações SOS e quando recorrer à urgência).
Qual o tratamento para a asma?
Tendo em conta que a asma é uma doença que não tem cura, crónica, o tratamento baseia-se no controlo da sintomatologia. Poderá ser prescrito o uso de broncodilatadores em SOS (Beta 2 agonista de curta ação), assim como outros tratamentos para melhorar a função respiratória.
Em nenhuma circunstância o paciente deve automedicar-se.
No caso de o paciente ter poucos sintomas, sem risco de exacerbações e apresentar boa função respiratória, o tratamento geralmente incide apenas no uso de Beta 2 agonistas de curta ação em SOS.
O médico pneumologista pode prescrever, ainda, corticoides inalados em baixa dose para reduzir os sintomas da asma, assim como para prevenir ataques, hospitalizações e morte associada à doença.
Como prevenir a asma?
Para atuar na prevenção da asma, as recomendações passam pela cessação tabágica durante a gravidez e primeiro ano de vida, amamentação com leite materno, parto por via vaginal, evitar o paracetamol e antibióticos durante o primeiro ano de vida.
A exposição aos ácaros durante a infância também está associada a um aumento do risco de vir a desenvolver asma (cinco vezes superior). Nesse sentido, deve ter um ambiente higienizado, o mais ventilado possível e com materiais laváveis. Evite o uso de carpetes e alcatifas, muitos peluches, colchas, entre outros materiais que não possam ser lavados a altas temperaturas e que sejam causadores de alergia.
Como prevenir ataques de asma?
A melhor forma de prevenir ataques de asma é identificando e eliminando todos os desencadeadores de crise asmática. Assim, atente nas seguintes medidas preventivas:
Evitar locais com fumo de cigarro e outros vapores irritantes
Evitar expor-se a pessoas com infeções das vias respiratórias superiores
Utilizar filtros de ar e barreiras para proteger dos ácaros
Remover tapetes, papeis de parede, cortinas, carpetes
Usar um desumidificador, assegurando uma humidade relativa baixa (inferior a 50% no verão)
Evitar a exposição a pelos de animais, limitando a circulação de animais domésticos a uma parte da casa
Evitar o uso de aspirina e anti-inflamatórios não esteroides
Usar máscara ou lenço para cobrir o nariz e boca em atividades ao ar livre em clima frio
Evitar alimentos com sulfitos
Em todo o caso, se sentir algum sintoma de ataque de asma, mesmo que seja leve, procure o seu médico. Lembre-se que a sua saúde está sempre em primeiro lugar.