A hipertensão arterial (HTA) é uma elevação da pressão arterial, a qual ocorre pela pressão excessiva do sangue na parede das artérias, fazendo com que os valores da pressão estejam acima dos considerados normais de forma crónica.
Esta patologia afeta uma grande parte da população, devendo-se estar sempre alerta, independentemente da idade (embora seja mais prevalente em pessoas idosas).
Em Portugal, estima-se que cerca de 42,6% da população adulta sofra de HTA. Além disso, dos hipertensos, mais de metade não se encontram medicados com anti-hipertensores e apenas 11,2% têm a patologia controlada.
Dia Mundial da Hipertensão Arterial: 17 de maio
O que é hipertensão arterial?
A hipertensão arterial é a elevação da pressão arterial, ou seja, quando esta se encontra acima dos valores que são considerados normais. Esta ocorre pela pressão excessiva do sangue na parede das artérias.
É normal que, em determinados momentos, a pressão arterial aumente, especialmente quando estamos em esforço físico ou emocional. No entanto, pessoas saudáveis voltam aos valores normais após essas situações.
Estamos perante uma patologia quando a pressão arterial está constantemente acima dos valores de referência, ou quando esta aumenta muito e subitamente.
Apesar de haver uma tendência para a pressão arterial subir com a idade, não é normal que os idosos sejam hipertensos. Nesse sentido, a hipertensão tem de ser olhada sempre com cautela e como uma patologia a ser tratada.
É fundamental que a HTA esteja controlada, uma vez que está associada a doença coronária, ao acidente vascular cerebral (AVC) e à insuficiência cardíaca. Nesse sentido, o tratamento da hipertensão deve ser iniciado assim que se detete a patologia, atuando-se na prevenção destas complicações.
Fazer um check-up médico anual é essencial para garantir que a pressão arterial se encontra normalizada e os principais parâmetros de avaliação médica estão dentro do esperado.
Valores normais vs valores de hipertensão
Os valores considerados normais pelas principais diretrizes médicas são:
Pressão Arterial Sistólica (vulgarmente chamada máxima) – Geralmente, considera-se normal quando se encontra abaixo dos 120 mmHg (milímetros de mercúrio). No entanto, valores até 130 mmHg não são preocupantes (quando a Pressão Arterial Diastólica se encontra em valores normais).
Pressão Arterial Diastólica (vulgo mínima) – É considerada normal quando se encontra abaixo dos 80 mmHg. Entre os 80 e os 89 mmHg já é considerada elevada, encontrando-se na faixa pré-hipertensiva.
Estamos perante um quadro de hipertensão arterial quando:
Pressão Arterial Sistólica é maior ou igual a 140 mmHg, ou
Pressão Arterial Diastólica é maior ou igual a 90 mmHg
É considerada emergência hipertensiva quando a Pressão Arterial Sistólica é superior a 180 mmHg e/ou a Diastólica maior que 120 mmHg. Vá o mais rápido possível a uma emergência hospitalar.
Tipos de hipertensão arterial
A hipertensão pode ser subdividida em dois grandes tipos: primária (ou essencial) e secundária. O que distingue estes dois tipos é que na hipertensão secundária é conhecida a causa, enquanto na primária a causa permanece desconhecida.
A grande maioria dos doentes com hipertensão arterial tem doença primária (90 a 95% dos casos).
Apesar de não se conhecer a causa efetiva da hipertensão primária, algumas circunstâncias favorecem o aumento da pressão arterial, como:
Obesidade
Consumo de sal em excesso
Stress emocional
Envelhecimento
Causas da hipertensão arterial
Existem várias causas para o surgimento da hipertensão arterial, sendo que as mais comuns são o stress, obesidade ou excesso de peso, consumo excessivo de sal, açúcar e/ou álcool, e tabagismo. Aproximadamente 90% dos casos estão relacionados com estas causas, portanto, relacionados com os hábitos de vida.
A obesidade mostra-se um dos fatores-chave no desenvolvimento da hipertensão arterial. Ter um excesso de peso na ordem dos 20% (ou mais) aumenta o risco de desenvolver HTA em cinco vezes.
O consumo excessivo de sal também está relacionado à HTA. O nosso organismo apenas precisa diariamente de 1/8 de uma colher de chá de sal.
Cortar radicalmente ao sal também não é benéfico, uma vez que o sódio é essencial à vida humana. Consuma em moderação.
O tabagismo é outra das causas mais comuns de hipertensão arterial, uma vez que a cada cigarro, o fumador permanece com a pressão arterial elevada durante 30 minutos, aproximadamente. Portanto, uma pessoa que fume 20 cigarros por dia, tem a tensão arterial mais elevada durante 24 horas.
Estima-se que cerca de 5 a 15% dos casos de HTA estão associados ao consumo moderado de álcool, pelo que deve manter o seu consumo apenas para ocasiões especiais.
Apenas 10% dos casos de HTA têm causas orgânicas, ou seja, a hipertensão é causada por outras doenças ou condições, nomeadamente:
Doença renal
Hiperaldosteronismo primário (condição caracterizada pela produção excessiva da hormona aldosterona, a qual desempenha um papel crucial no controlo da pressão arterial, assim como dos eletrólitos, como o potássio e o sódio)
Apneia do sono
Síndrome de Cushing (condição causada por níveis elevados de cortisol – hormona produzida nas glândulas suprarrenais, responsáveis pela regulação do metabolismo, sistema imunológico e resposta ao stress - por um período prolongado)
Doença da tiroide e da paratiroide
Coartação da aorta (condição médica congénita caracterizada pelo estreitamento ou compressão de uma determinada área da artéria aorta)
Feocromocitoma (tumor raro nas glândulas suprarrenais, ou em outros locais em que exista tecido cromafim, geralmente benigno, o qual desencadeia uma produção excessiva de carecolaminas – hormonas responsáveis por regular a pressão arterial, resposta ao stress e frequência cardíaca)
Uso recorrente de contracetivos orais, fármacos dietéticos e/ou descongestionantes nasais
Gravidez (cerca de 5 a 10% das mulheres grávidas desenvolvem hipertensão arterial, devendo-se ter especial atenção, uma vez que coloca em risco a vida da mãe e do bebé)
Sintomas de hipertensão arterial
A hipertensão arterial pode passar despercebida nos primeiros anos, uma vez que não apresenta nenhum sintoma. No entanto, com o tempo, os casos sanguíneos e os órgãos principais acabam por ficar lesionados, como o coração, rins e cérebro. Por causa destas lesões, ocorrem sintomas como:
Tonturas
Aumento da frequência cardíaca
Dores de cabeça
Zumbidos
Dor no peito
Falta de ar
Quando não detetada atempadamente, a hipertensão arterial pode desencadear complicações mais graves, como aterosclerose, AVC, enfarte do miocárdio, angina de peito, insuficiência renal, perda gradual da visão, insuficiência cardíaca, doença arterial periférica e disfunção erétil.
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Tratamento da hipertensão arterial
O tratamento da hipertensão vai depender da gravidade. Quando estamos perante um quadro de hipertensão moderada, podemos mantê-la controlada fazendo ajustes nos hábitos de vida (reduzir o consumo de álcool e sal, cessação tabágica, controlo de peso e prática regular de desporto).
Quando o quadro de hipertensão é mais grave, é necessário o uso de medicamentos, os quais podem ser tomados de forma isolada ou combinada.
Se apresenta sintomas de hipertensão arterial, ou se tem valores anormais de tensão arterial, procure o seu médico de família para que ele faça um diagnóstico correto e prescreva o melhor tratamento para o seu caso.
