Os tipos de alimentação humana são uma preocupação de muita gente nos tempos mais recentes. É uma questão de peso, mas também de saúde. Conheça as principais tendências alimentares e os seus benefícios, para entender qual é a ideal para si.
Quase todas as semanas nos chegam notícias de novas dietas e das suas vantagens, seja com o intuito de perder peso, seja para comer de forma mais saudável.
Os novos tipos de alimentação que vão surgindo são mais ou menos eficazes, conforme a pretensão de cada um. Mas, no fim de contas, o mais importante é a nossa saúde.
E é nisso mesmo que devemos pensar na hora de escolher aquilo que comemos - afinal, não é à toa que se diz que "somos o que comemos".
O tipo de alimentação que mantemos é mesmo importante para o estado geral do nosso corpo, do nosso organismo e até do nosso estado de espírito.
Mas com tantas possibilidades que existem, nem sempre é fácil fazer as melhores escolhas.
Nesse sentido, vamos resumir aqui as principais tendências em termos alimentares, incluindo as vantagens que oferecem, para saber que opção será melhor para a sua saúde.
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Os 8 tipos de alimentação mais populares
As escolhas alimentares que fazemos podem ter influências várias, desde a cultura e a religião do país onde vivemos até ao seu clima e geografia, o que também influencia o tipo de produtos que são cultivados e consumidos.
A isso tudo é possível acrescentar ainda fatores ideológicos, por exemplo, as preocupações ambientais.
Contudo, independentemente de todas essas variáveis, não existe "o tipo de alimentação certo". Na verdade, essa definição depende sempre de cada pessoa e das suas circunstâncias de vida, bem como da sua situação clínica.
Portanto, é importante perceber, desde logo, que antes de fazer uma mudança alimentar radical na sua vida, deve procurar um nutricionista ou um médico.
Porém, pode fazer pequenas alterações na sua vida em função das alternativas que lhe vamos indicar - mas tenha sempre presente que a perfeição está no equilíbrio.
1. Dieta Mediterrânica
A dieta mediterrânica é uma das mais conhecidas e mais elogiadas pelos benefícios que traz à nossa saúde. Como o nome indica, este é um tipo de alimentação tradicional da região do Mediterrâneo, envolvendo países como Portugal, Espanha, Itália e Grécia.
Os alimentos mais típicos deste tipo de dieta são:
Azeite Virgem frio
Vegetais de folhas verdes e frutas
Cereais e leguminosas
Consumo moderado de carnes
Peixe
Lacticínios
Vinho tinto (consumido com moderação).
Trata-se de uma dieta que assenta em gorduras saudáveis, como o azeite. Portanto, é considerada mais saudável para o coração - até porque não inclui alimentos processados.
Outra das grandes virtudes da dieta mediterrânica é que se baseia em doses generosas de legumes e vegetais, bem como no consumo moderado de carne.
Ao longo dos anos têm sido feitos estudos científicos em torno deste tipo de alimentação mediterrânica e concluiu-se que reduz o risco de doenças cardíacas, ajudando na prevenção da hipertensão e do colesterol elevado.
Além disso, ajuda a controlar o peso e os níveis de açúcar no sangue, e alguns estudos concluíram que até combate a depressão.
2. Dieta Paleolítica
Este tipo de dieta assenta na ideia de um consumo alimentar o mais natural possível - daí a referência ao Paleolítico, ou seja, ao período pré-histórico que existiu há cerca de 2,5 milhões de anos, altura em que os humanos se iniciaram na agricultura.
Assim, a caça deixou de ser a principal fonte de alimentação.
O criador da dieta Paleo, o cientista norte-americano Loren Cordain, defende que o organismo dos humanos atuais ainda não se adaptou aos processos da indústria de produção de animais. Deste modo, aponta ao consumo de carne de animais que sejam alimentados apenas com ervas e não com grãos.
Além disso, o único açúcar consumido é o proveniente da fruta. Alimentos processados, grãos e laticínios também são proibidos.
A dieta paleolítica é marcada pela redução da quantidade de carboidratos, o que leva o organismo a usar a gordura corporal como fonte de combustível - e isso motiva uma perda de pesa devido à diminuição da gordura acumulada.
Alguns dos alimentos que são "permitidos" por esta dieta são peixe e aves, ovos, legumes e frutas, azeite, batata-doce e nozes.
Lembre-se que antes de iniciar este tipo de alimentação, deve consultar um nutricionista, por exemplo, para definir qual será a quantidade ideal de carne que deve consumir, para obter as proteínas necessárias.
3. Dieta Vegetariana
Os vegetarianos consomem um tipo de alimentação de base vegetal. Isto significa que excluem a carne, mas pode haver vários tipos de vegetarianismo:
Ovo-lacto-vegetarianos (consomem laticínios e ovos)
Lacto-vegetarianos (consomem laticínios, mas não ovos)
Ovo-vegetarianos (consomem ovos, mas não laticínios)
Vegans (não consomem ovos, nem laticínios, nem outros derivados de origem animal).
A maioria dos vegetarianos exclui apenas a carne da sua alimentação, consumindo ovos, leite e mel. Mas há alguns que podem consumir peixe e marisco, pelo menos, ocasionalmente.
Contudo, existem os vegans que têm uma abordagem mais radical, excluindo todo e qualquer derivado animal. Neste caso, mais do que uma questão de saúde, trata-se de um posicionamento ético, pois criticam os métodos de produção animal atuais, nomeadamente o sofrimento.
Além disso, há um fator ambiental associado a este tipo de alimentação vegetariana, onde se defendem processos de produção sustentáveis e amigos do planeta.
Contudo, é preciso notar também que há alimentos vegan e/ou vegetarianos que são processados e que, portanto, não constituem escolhas saudáveis. As opções preferenciais devem ser frutas, vegetais e grãos integrais.
A exclusão da carne também obriga os vegetarianos a procurarem fontes alternativas de proteína como, por exemplo, brócolos, espinafres, agriões, beterrabas, couves-roxas e quiabos.
Uma das grandes vantagens deste tipo de dieta é a redução da gordura saturada, o que contribui para a diminuição do colesterol. Além disso, há um menor risco de doença cardíaca, de hipertensão e de obesidade.
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4. Dieta Sem Glúten
Como o nome indica, este é um tipo de alimentação que exclui o glúten, uma proteína que se encontra no trigo, no centeio, na cevada e em outros cereais. Assim, passa por comer apenas alimentos integrais sem a sua presença, incluindo frutas, legumes, carnes e ovos.
Mas também inclui alimentos processados, como pão ou massa, desde que não contenham glúten.
Esta substância pode provocar problemas digestivos a pessoas celíacas ou que sofram de sensibilidade ao glúten. Portanto, estamos aqui perante uma escolha associada a razões de saúde.
Há uns anos, estas pessoas tinham muitas dificuldades para encontrarem alimentos adequados para a sua condição. Mas, atualmente, há uma enorme indústria de produtos sem glúten e não faltam opções para quem se vê obrigado a esta dieta.
5. Dieta dos Alimentos Crus
Neste caso, estamos perante uma escolha que se foca no consumo de alimentos não cozinhados, nem processados. A dieta corta quaisquer alimentos que tenham sido produzidos com aditivos ou sintéticos, ou que tenham sido pasteurizados.
O foco é no consumo de alimentos crus, totalmente vegetais e orgânicos. Mas isto não é o mesmo que vegetarianismo? Na verdade, não, pois há três tipos principais de "crudismo", como também se apelida esta dieta. Assim, há "crudívoros":
Vegetarianos
Veganos
Omnívoros.
Portanto, quem envereda por este tipo de alimentação pode comer de tudo, desde que sejam alimentos não processados e o mais naturais possíveis. No caso da carne, ela pode ser cozinhada, claro, mas a dieta defende que a larga maioria da alimentação deve ser crua.
Os defensores desta dieta entendem que os alimentos crus podem aumentar a energia do organismo e reduzir inflamações, além de desejarem impedir a ingestão de substâncias cancerígenas.
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6. Dieta Ketogénica
Uma dieta ketogénica, ou cetogénica, apresenta um consumo muito baixo de hidratos de carbono com o objetivo de levar o organismo a "gastar" a gordura como a sua principal fonte de energia.
Assim, enquanto reduz os carboidratos, aumenta o consumo de gordura - o que pode parecer um contrassenso, mas foca-se na ideia de usar essa gordura como o principal combustível do organismo.
Portanto, é rica em carnes, podendo até incluir alimentos processados como bacon e salsichas. Contudo, o ideal é optar por carnes magras e que contenham gorduras saudáveis. Alimentos como o abacate, o coco, as sementes, peixes oleosos e o azeite são muito usados para conseguir esse acrescento de gordura.
Mas também inclui ovos, peixes, queijo, vegetais e até manteiga.
Este é um tipo de alimentação que está, sobretudo, focado na perda de peso. Contudo, a dieta ketogénica também tem sido usada, desde há décadas, como um tratamento auxiliar para a epilepsia, bem como noutros âmbitos.
Em todo o caso, antes de iniciar este tipo de dieta deve consultar um profissional médico ou de nutrição, para definir um plano apropriado para o seu caso.
7. Dieta Macrobiótica
Mais do que um tipo de alimentação, a macrobiótica é um estilo de vida que se foca em manter o equilíbrio entre a natureza e as pessoas. Portanto, é um movimento mais amplo que envolve um certo bem-estar espiritual aliado a fatores sociais, biológicos e ecológicos.
Tendo origem no Médio Oriente, esta dieta assenta no Yin e no Yang - o Yin representa os alimentos doces e frios, enquanto o Yang é o símbolo dos alimentos salgados e quentes. Isto significa que os seres humanos devem alimentar-se conforme a altura do ano, o clima e o local onde vivem.
Assim, privilegia o consumo de vegetais e alimentos naturais típicos da época e que sejam semeados e colhidos de forma tradicional.
Também recomenda cereais integrais, leguminosas como grão-de-bico, lentilhas e feijão, algas e óleos vegetais, bem como sementes e frutos oleaginosos. A sopa à base de legumes ou peixe deve ser consumida diariamente.
Por outro lado, sugere que se evite comer carne, ovos e lacticínios, açúcar, café e chá preto, bem como batatas, tomates e beringelas.
A ideia da macrobiótica tem por princípio a filosofia de que ter uma alimentação equilibrada nos deixa mais felizes.
8. Dieta DASH
Este é um tipo de alimentação que foi especialmente pensado para combater a hipertensão arterial. Foi criado nos EUA e DASH são as iniciais de Dietary Approaches to Stop Hypertension, ou seja, Abordagens Dietéticas para parar a Hipertensão.
Assim, recomenda o consumo de alimentos ricos em potássio, cálcio e magnésio, substâncias que ajudam a controlar a pressão arterial. Por outro lado, limita o consumo de alimentos ricos em sódio, açúcar e gordura saturada.
A questão do sal é o principal foco desta dieta que recomenda uma ingestão diária de apenas 2.300 mg - é mais ou menos, uma colher de chá de sal de mesa, o que é muito abaixo da média de sal consumido pela maioria dos portugueses.
Mas o consumo de sal pode ainda ser reduzido para 1.500 mg por dia, conforme as necessidades de saúde da pessoa. É sempre conveniente falar disso com o seu médico antes de se decidir a seguir esta dieta.
Em termos globais, a alimentação deve ser equilibrada, variada e saudável, rica em vegetais, frutas e grãos integrais e pobre em carnes gordurosas. Também deve incluir lacticínios magros, peixes e aves, feijões e nozes.
Além de atuar ao nível da hipertensão, esta dieta também reduz o chamado "mau colesterol", outro fator de risco para doença cardíaca grave. E ainda favorece o emagrecimento, devendo ser complementada com a prática de exercício físico.
Antes de escolher um destes tipos de alimentação...
Atualmente, podem encontrar-se mil e uma informações na Internet sobre dietas e os alimentos mais saudáveis. Mas é importante que saiba separar o "trigo do joio" - entre tantos sites dedicados ao assunto, há muitos que veiculam "fake news".
Por isso, o ideal é procurar ajuda médica e profissional para decidir qual destes tipos de alimentação será a melhor solução para si. Lembre-se sempre que com a saúde não se brinca!